sábado, 29 de outubro de 2011

Criolo

Acordei achando que de um sonho. Mas não, felizmente, a vertigem foi real. A noite de ontem existiu. Eu agradeço, por incrível que pareça, a Mark Zuckerberg, pois não fosse o facebook, um moleque não teria se comovido com a minha frustração de não conseguir o ingresso e não teria me vendido o seu. Mas vendeu. E eu passei o dia todo numa ansiedade que há muito não sentia, não escrevi uma linha dos trabalhos que tenho que entregar, não fui à praia, não malhei, não consegui sequer tirar um cochilo e até dor de barriga de nervoso tive.

Descobrir um artista, dedicar-se a ouvir seus discos, a cada ouvida sacar um lance, entender um outro significado, revezar músicas preferidas e admitir, por fim, a genialidade presente em todas, é um processo subjetivo e individual que curto bastante.

A coroação desse processo, pra mim, é o show. É onde eu vou estar diante daquele desenho que pintei à minha maneira, com as cores das minhas experiências. É onde percebo que minhas cores ficam muito mais bonitas quando encontram as cores de todas as outras pessoas que passaram pelo mesmo processo que eu. É onde essas tintas ganham novos tons, mais vivos, com as cores daquele que se encontra diante de mim. Essa troca é preciosa. Eu – público – artista.

O resultado disso é transe. Cantar a plenos pulmões cada verso que passei meses degustando, cantar os instrumentos também, não cantar, mas sentir, olhar, pro palco, pro público, fazer parte, suar, energia que vira água, molhando cabelo, rosto, meio dos peitos.

Depois de um show como esse, é difícil não dizer que essa energia, da música, desse tipo de troca, é a que mais me arrebata, me envolve, me possui e que quero pro resto da vida.

Obrigada, Criolo, banda e público, por essa experiência maravilhosa! Que sempre existam encontros assim!

Um comentário:

  1. Foto do Jorge Bispo.
    Tem mais aqui: http://www.flickr.com/photos/studio_rj/6292165194/in/photostream/lightbox/

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