quinta-feira, 30 de junho de 2011

Dentro de mim correm rios-serpentinas, mares infinitos espumando em pedras antigas
Há um sol se pondo em rosa, laranja e vermelho a cada cinco minutos
A estrela mais brilhante acompanha uma lua filete de sorriso de gato da Alice e outra lua cheia, prestes a parir
Um sol nasce rei toda vez que meu corpo acorda céu azul
Às vezes chove, acima da média esperada para o mês de julho
Aí eu nado em angústia, bóio à deriva na minha própria imensidão
E logo depois me torno deserto, quilômetros e quilômetros de veias, órgãos, músculos, ossos e reações químicas existindo sem um fim
Mas é quando a sede cega encontra o nó mais apertado da garganta,
Que nasce uma flor-oásis na palma da minha mão
Com uma coceira que não dá pra alcançar, sinto que ganhei asas
Sobrevôo esse planeta misterioso que sou,
Sobrevivo mais uma vez a esse eclipse em carne viva que é ser eu.