quinta-feira, 18 de junho de 2009

"Boa tarde a todos."

Ele pode até fazer carão, dar aula de Pensamento Econômico e ser paunocu às vezes. Mas depois de conhecer sua faceta poeta, tá perdoado. ;)

POÉTICA

Quero o siso
de Drummond
Quero o derrame
de Vinicius
Quero a secura
de João
de Bandeira
Quero os vícios

Dê-me a leveza
de Quintana
de Neruda
Dê-me o mar
Dê-me o moderno
dos Andrade
Dê-me a sujeira
de Gullar

Serei o ópio
de Pessoa
Serei a prosa
de Baudelaire
Serei o inferno
de Rimbaud
de Waly
Serei o rapé

E se assim for !
E eu tiver esta sorte...

Farei com a loucura
de Leminski
A revolução
de Maiakovski


(Bruno Borja)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Trilogia Brasileira.



Feriado vindo cheio de atrações, começando amanhã com a reapresentação de Regurgitofagia, a primeira das três peças do Michel Maravilhoso Melamed, e única que não vi, que compõe a Trilogia Brasileira. Êta, notícia boa! Vamos?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sobre a vida doce.

Constatar que o que tanto se sonhou existe pode ser assustador. Mas saber que é de verdade é um dos melhores sentimentos do mundo. Enfim desistir de pensar demais e deixar que a voz do peito cante aqui fora também. Querer esse querer. Recíproco. Mergulhar no olho do outro até ler o de dentro da cabeça. Beijar cada espacinho do corpo pra decorar a forma. Achar lindo sobrancelha, pinta, dentes e ponta da orelha. Achar-se no sorriso do outro. Não conseguir desgrudar, transformar dois em um e dar-me por satisfeita se a vida acabar assim. Não saber se é dia, tarde ou noite, porque o nosso tempo é outro, a gente que faz. Cantarolar, suspirar, assoviar, amassar, sorrir, fazer careta, descabelar, ser criança, desavergonhar, falar no diminutivo e inventar onomatopéias. Achar que toda canção de amor foi feita pra gente. Surpreender-me. Desvendar. Mal conseguir esperar o próximo encontro. Abraçar forte como se o mundo disso dependesse. O coração transbordar. E saber que agora no chão não cai.

domingo, 24 de maio de 2009

Chorei.

Talvez algum fantasma
Que fez parte de um passado ou até mesmo poderia ser na sua essência aquela aquarela, árvore ou banco da praça
A memória não tem ouvidos, é cega e muda
Úmido é o chão dessa prisão
Chamem os agentes, os corretores,
Anuncie no jornal que o mundo vai acabar amanhã
Só não escreva minha história
Pois ninguém além de você sabe o que eu iria dizer
Ninguém além da família, pode até perguntar, afinal da onde eu vim, podem, de repente, num só golpe
Mandá-lo de volta...aonde? De volta para a puta que pariu...de volta ao ventre do inferno...de volta às trombetas subjacentess dos anjos e qualquer timbre da memória
Não perder esse tempo com você, meu querido muro de Berlim, segredinho entre pedras das pedras dos muros da lamentações em Israel
Sou um moto-táxi gaijim do morro do Ahdfskjfgddigestão
Dirijo qualquer volante, desperdício contramão
Quer saber do que mais...
Não vou mais ao Baixo, nem na Gávea e na Lapa
Fico na janela do meu quarto vendo a chuva cair
Gotas de murmúrios, pétalas de razão
Afinal, minha filha Romã
O que deve o poeta fazer?
escrever para si mesmo bobagens e mais bobagens
Pois o incompreensível de dizer isso ninguém jamais irá saber
Que te mandou um beijo grande ontem
Na rua do porto. Entre inventores e toxicômanos, foi a Bel, mãe do Bruno, lembra?
Romã, se você soubesse o quanto te amo, o deserto, o opaco e o sagitário
Te amo Romã te amo romã
Para sempre
Nunca jamais se esqueça disso
Olha aí na janela agora, viu?
Fui eu passando num disco voador
Te amo brasileira, haitiana, portuguesa, italiana, alagoana.
Agora olha aqui oh
Viu?
Vc mora aqui
No
Meu
Coração.

De Nordahl Christian Neptune, meu pai.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Quadrilha

(Carlos Drummond de Andrade)

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.


Sempre gostei desse poema. E esse mundo que não pára de dar voltas me fez lembrar dele na hora.

domingo, 10 de maio de 2009

C_mpl_te

Novo disco do Móveis Coloniais de Acaju disponível no Trama Virtual. o/

Aqui o link: http://albumvirtual.trama.uol.com.br/

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Me amassa,

que eu ainda tô passada. E assim vou ficar por um bom tempo, quiçá pro resto da vida.
Porque, né.. Rodrigo Santoro!!!